terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A vida é assim: um desce, o outro sobe!


Foi o que ouvi de uma senhora que descia a escada rolante de um supermercado empurrando um carrinho com as suas compras. Na escada ao lado, eu subia empurrando o meu pensando o que iria comprar. Naquela mesma semana fui a uma consulta com um nutricionista e já estava na guerra psicológica para não entrar em uma neura alimentar. 
Aquela mulher estava olhando para mim, quando falou a curta anedota logo pela manhã. Acho que eu deveria estar realmente com cara de quem dialogava comigo mesmo sobre “Comprar, ou não comprar? Eis a questão!” um saco de batatas fritas, sorvete e embutidos, ou ingredientes para uma salada, carne branca, pão integral e frutas.
Continuei andando e logo fiz uma analogia com a atual situação brasileira. Crise econômica; desvarios políticos. Cortes, demissões, aumento dos preços de tudo e mais um pouco. Uma sensação de guerra fria, talvez! E, como se não fosse suficiente, talvez para dar um intervalo nos assuntos insistentes da mídia, surgem denúncias de discriminação racial que atrizes como Taís Araújo e Sheron Menezzes vêm sofrendo nas redes sociais. Não as menciono por serem globais, pois outros profissionais, pessoas famosas, esportistas e até mesmo anônimos vêm enfrentando isso. 

A questão não é quem está sendo a vítima. O fato é ainda existir tão pequena atitude de quem acha que tem o direito de dominar o mundo por ter uma cor, cabelo, religião, procedência melhores, além de usar xingamentos xucros. É uma pena! Não acredito que somos um cabelo, uma barriga, uma perna ou uma bunda; não somos o resultado do que o bisturi faz; nem somos uma cor, ou uma religião; tampouco somos uma frustração, ou um insucesso, um acaso. Acredito que somos o que está dentro de nós. Somos emoções, somos vontades, somos anseios e sonhos. Somos doação. Somos pessoas. Somos construção. Somos passageiros, inclusive. É uma pena vivermos em um momento tão inteligente, de tantas descobertas, mas com tanta gente subindo em detrimento à descida de outras. Tantos preconceitos de todos os tipos e tanta agressão de todos os modos. Pois que percam tempo tentando projetar a sua pequenez e frustração humilhando os outros. 

Ganharei meu tempo admirando “Eu sou neguinha”, composta por Caetano Veloso e lançada em 1987. Uma letra filosófica que, ora mostra uma crise de identidade, ora mostra uma revolução do ser que descobre o valor da sua raça e seus movimentos no tempo e no espaço. Para defender esta causa, segue uma bela interpretação de Vanessa da Mata na cidade histórica de Paraty, no Rio de Janeiro.  Dança, Vanessa, e mostra a beleza desta raça! 

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