terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Com os olhos bem abertos



               Uma passagem bíblica me chamou a atenção hoje pela manhã: “Abre os meus olhos para que eu possa contemplar as verdades maravilhosas da tua lei”.  Neste Salmo 119:18 o autor parece estar em uma espécie de insistência imperativa ao clamar ao seu Pai por mais visão. Mas não qualquer tipo, pois isto se confirma quando lemos o seu desespero adiante: “O meu coração sofre, ansioso, pois, em todos os momentos, quero conhecer a tua vontade”, no verso 20.
            Considero bastante interessante essa forma do rei Davi falar com Deus, imperativamente, ao dizer “abre os meus olhos”, sem pedir “por favor”, “por gentileza”, “por obséquio”, expressões que qualquer um de nós usaríamos tendo em vista que colocamos esse Deus, quem chamamos Pai, em uma posição de distanciamento suficiente para não termos a menor iniciativa de falar com Ele diariamente, já que com generais, ou com outras patentes, não temos livre acesso.
           O modo de se dirigir ao Senhor mostrou tamanha aproximação, que não é em vão o fato de Davi ter sido chamado “o homem segundo o coração de Deus”, exatamente por ter uma relação de intensidade, mesmo tendo cometido seus enganos e desenganos, como qualquer “homo sapiens”.
      Contemplar as verdades da vontade de seu próprio Pai. Que beleza poética! Não conseguimos estabelecer esse tipo de desejo nem mesmo com os nossos pais de sangue, de criação, ou qualquer outro referencial dado a nós, imagine desejar isso a respeito de alguém quem não vemos. E é este o ponto chave: fé! A decisão de se jogar e navegar em águas desconhecidas fisicamente.

        Estudos dizem que o mal do século é a ansiedade.  Uma das causas de transtornos e patologias. Sem querer desmerecer, ou criticar os meus semelhantes que sofrem de algo deste tipo, pois eu mesmo sofro dos mesmos males e outros para completar o balaio, mas me pus a pensar: a ansiedade de Davi era diferente. Ele queria conhecer profundamente a vontade daquele com quem tinha uma intimidade frenética, contemplar as belezas de algo a ser falado por esse Senhor. Será que o famoso rei desenvolveu algum tipo de “patologia” como produto desse tipo de ansiedade? Insônia? Transtorno obsessivo compulsivo? Parece ser um bom caminho a seguir, tendo em vista o ganho de estar com os olhos bem abertos contemplando a ampla beleza deste Ser.

Um comentário:

  1. Eu queria muito essa ansiedade toda no meu coração. Que Deus me ajude a tê-la pois no momento a outra tá ganhando espaço!

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