sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Lava a jato




O meu carango “suplicou” essa semana por um banho. E lá vou eu atender ao seu “pedido”. No meio do caminho, enquanto buscava na minha gaveta de recordações sobre lugares, escolhi a qual lava a jato, próximo à minha casa, confiar os cuidados do meu companheiro de todas as ruas e avenidas.
Fiquei surpreso, porque o local oferecia serviço de entrega em domicílio, após o serviço ser completo. Mas, decidi aguardar ali mesmo lendo o jornal do dia. Até que me deparei com assobios e cantaroladas dos funcionários empilhados de carros para dar conta. Inclusive o meu. 

Olhei por cima dos óculos, enquanto baixava o jornal discretamente, para observar por uns instantes a performance daqueles homens diante da quantidade de serviços e clientes que ali aguardavam.
Pois é! Estavam lá felizes da vida, com seu trabalho “simples”, porém digno como qualquer outro; cantando e assobiando como quem não tem grandes problemas; satisfeitos com o seu salário, seu grau de instrução, sua família e religião. Parecia que a única preocupação era embelezar aqueles carros com a sua arte de “banho e tosa”.
E cá estava eu: lendo um jornal para saber quantos assaltos ocorreram no dia; acidentes; assassinatos; quem vendia ou alugava algo; qual time tinha feito mais gols; vendo quem tinha mais direito de posar na página da high society; ansioso para cumprir os horários dos meus compromissos e preocupado em dar conta de toda a agenda com a qual me comprometi.
E estava à minha frente, dentre assobios e cantaroladas, a grande lição do lava a jato!


Nenhum comentário:

Postar um comentário