Hoje, no comemorado “dia
do amigo”, recebi várias mensagens circulares nas minhas redes sociais com
piadas, duplos sentidos e até aquelas carinhosas. Mas nenhuma me chamou tanto a
atenção como alguns marcantes fatos dessa semana.
Reencontrei um amigo de
infância. Na verdade, uma rede social nos reaproximou. Ele é cinéfilo, logo, o
convite foi para vermos um filme no cinema com direito à pipoca, risadas,
lembranças e, claro, uma cafeteria ao final. Ele não mudou em quase nada na
forma de se referir à vida, na forma de tecer comentários e críticas. Está um
homem bonito com barba grisalha, embora não tenha idade para tantos fios
clarinhos. Quanta alegria senti ao reviver boas lembranças de brincadeiras,
puxões de orelhas dos nossos pais, fase escolar, machucões na rua, jogos de
vídeo game. Que dia especial olhar nos olhos dele novamente.
No mesmo dia, outro
amigo (esse mais recente) me informa sobre o falecimento de uma pessoa querida
e admirada por ele, a quem conheci somente de ouvir falar. Fui vê-lo!
Narrativas de recordações, pausas na voz, mudanças na entonação, olhar vagando
pelos espaços de um ateliê. E boas recordações da pessoa que deixou essa
atmosfera terrena. Poucos minutos após a conversa, esse amigo se levanta para
atender alguém que o chamava ao portão. Alguém com quem ele havia perdido o
contato, devido a um desentendimento há anos, veio fazer as pazes. Aguardei a
conversa. Ao retornar, aquele ser emocionado me contou da surpresa que sentiu
ao receber aquela reconciliação em forma de visita e abraços. O brilho nos
olhos era outro, pois uma se foi, o outro voltou.
Por fim, outro fato que
me marcou foi o reencontro com uma amiga de fase escolar. Nos conhecemos há 25
anos. Estudamos em escola pública e hoje somos formados e atuantes nas nossas
profissões. Almoçamos juntos em pleno dia do amigo. Levei de presentinho para
ela uma velinha perfumada, pois entendi que merecíamos comemorar o nosso
reencontro após mais de 10 anos sem face a face, com algo que representasse
luz. Ela é simplesmente um ser de luz!
Continua linda!
Elegante! Decidiu ter o seu primeiro filho de forma natural, pois queria
experimentar as contrações, as pulsações, as vibrações. Tantas ideias
diferentes do nosso período escolar, tantas surpresas da nossa mudança de vida
e tanto acolhimento por sermos o que somos diante daquela pessoa, sem medo.
Tudo isso me pôs a
pensar: quantas idas e vindas ainda teremos nesta vida? Quantos precisam sair,
para que outros cheguem? Quantos precisam dar um tempo e voltar após anos? O
que realmente significam esses movimentos de ir, vir, partir, voltar e esculpir
algo ainda presente nos nossos sentimentos?
Dia do amigo, dia de
receber mensagens, bobagens, reencontros, abraços, afagos, acolhimentos e a
certeza de que tudo é bem maior do que a simples dualidade de vida/morte, Deus/Diabo,
céu/inferno, preto/branco, homem/mulher. Algo é bem mais cíclico.
Que texto belo, cheio de lições de sabedoria. Cara,sou seu fã número um.
ResponderExcluirQue delícia ler a sua crônica e me deparar com algumas lembranças de amigos que nao os vejo ha tempos. Aplausos para sua escrita envolvente.
ResponderExcluirPaulo, amei o texto. Muito tocante essa reflexão sobre idas e vindas, afetos e desafetos. Mas, principalmente, por nós fazer lembrar que, em tempos de redes sociais virtuais, a gente precisa do contato. E isso depende de nós.😘
ResponderExcluirPalavras que nos fazem viver cada momento retratado. Ótimo texto. Te admiro muito, uncle Paul. ❤
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