O meu carango “suplicou” essa
semana por um banho. E lá vou eu atender ao seu “pedido”. No meio do caminho,
enquanto buscava na minha gaveta de recordações sobre lugares, escolhi a qual
lava a jato, próximo à minha casa, confiar os cuidados do meu companheiro de
todas as ruas e avenidas.
Fiquei surpreso, porque o local oferecia
serviço de entrega em domicílio, após o serviço ser completo. Mas, decidi
aguardar ali mesmo lendo o jornal do dia. Até que me deparei com assobios e
cantaroladas dos funcionários empilhados de carros para dar conta. Inclusive o
meu.
Olhei por cima dos óculos,
enquanto baixava o jornal discretamente, para observar por uns instantes a
performance daqueles homens diante da quantidade de serviços e clientes que ali
aguardavam.
Pois é! Estavam lá felizes da
vida, com seu trabalho “simples”, porém digno como qualquer outro; cantando e
assobiando como quem não tem grandes problemas; satisfeitos com o seu salário,
seu grau de instrução, sua família e religião. Parecia que a única preocupação
era embelezar aqueles carros com a sua arte de “banho e tosa”.
E cá estava eu: lendo um jornal
para saber quantos assaltos ocorreram no dia; acidentes; assassinatos; quem
vendia ou alugava algo; qual time tinha feito mais gols; vendo quem tinha mais
direito de posar na página da high
society; ansioso para cumprir os horários dos meus compromissos e
preocupado em dar conta de toda a agenda com a qual me comprometi.
E estava à minha frente, dentre
assobios e cantaroladas, a grande lição do lava a jato!
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