terça-feira, 2 de junho de 2020

Sete dias encontrando motivos para agradecer (dia 03 - 02 de junho de 2020)

http://sosvip.blogspot.com/2010/07/pinturas-de-dedos-e-maos-parte-ii.html

Embora esteja realizando trabalhos de forma remota, o que muita gente acha ser mais tranquilo, mais fácil, mais ameno, meu dia foi cheio e agitado. Muitas ligações via celular, inúmeras mensagens no whatsapp para responder, e-mails recebidos, lidos, respondidos, materiais sendo preparados para formação continuada de professores etc. Achei que não iria ter meu momento para o silêncio e reflexão. Mas consegui.
Mesmo com tudo isso, os meus dedos das mãos não me “deixaram na mão”. Foram tão úteis! Escrevi com caneta, digitei no computador, foram usados para acessar aplicativos no smartphone, mexi o meu café com leite com uma colher, levei alimentos à boca, copos com água, lavei louças, escovei os meus dentes, penteei os cabelos, tirei meleca do nariz, cocei os ouvidos.
Os dedos das mãos! Já pensou como seria a sua vida sem eles? Já pensou?
Tive a experiência de ver crianças, jovens e adultos que não podiam usar os seus dedos, por algum tipo de deficiência ou doença. O meu pai, por exemplo, quando era vivo, em seus últimos meses não tinha mais movimento com dos dedos das mãos. Sofria com psoríase e artrite psoriática, o que foi tirando dele movimentos simples, como mexer na tela do celular, ou escrever com lápis e caneta. Até mesmo apertar as nossas mãos se tornou algo desconfortável para ele.
Eu via aquelas cenas, me compadecia, até pedia em minhas orações para que eu não sofresse com aquelas impossibilidades na minha maturidade. Mas não me lembro de ter passado um dia pensando nos dedos das minhas mãos como o fiz ao longo do meu dia de hoje.
Não tenho noção de como seria ter minha vida ressignificada por não poder usar os meus dedos. Pela manhã, ainda no meu momento de pensamentos para iniciar o dia, elegi esses pequenos “galhinhos de árvore” como meu motivo de gratidão.
Escrevo este curto texto, do meu projetito, para não deixar de fazer o registro diário. E hoje, vocês são os meus escolhidos. Gratidão por serem tão maravilhosos na minha existência, dedinhos! Que nunca me faltem!  


segunda-feira, 1 de junho de 2020

Sete dias encontrando motivos para agradecer (Dia 02 - 01 de junho de 2020)


Hoje, é o segundo dia de reflexão a respeito de coisas simples sobre as quais devo ser grato. Estou ficando mais sensível, ao olhar para todos os lados à procura desses elementos para “apertar as mãos” deles dando um sorriso por me fazerem mais funcional.
A água está por todos os lados. Está em tudo. Faz parte de cada passo que dou durante o dia, para poder me manter vivo. Desde o primeiro copo que bebo, ao me levantar, até a descarga no vaso sanitário, para dizer adeus ao que não me serve mais.
Ao tomar o meu banho matinal, enquanto passava produtos importados da Dinamarca nas axilas (brincadeiras à parte, era apenas um sabonete comum), senti alegria por ter água abundante. Me lembrei de quantas vezes fiquei chateado, pelo fato de o reservatório do prédio estar em manutenção por algumas horas.
Não imagino a sensação de, em tempos atrás, viver em um lugar quente, usar roupas quentes e pesadas e assear as partes mais íntimas e mais cobiçadas apenas com um paninho molhado. Ou usar uma espécie de balde para fazer necessidades fisiológicas e ter de chamar um “tigre” (assim eram conhecidos os escravos que carregavam latrinas dos seus senhores, pois ficavam sujos com os dejetos) para despejar tudo nas ruas.
A água deve ter feito muita falta na época das guerras, tanto para os soldados em campos de batalha, quanto para os médicos e enfermeiras, ao cuidar de suas feridas e amputações.
Quanta falta deve fazer para tratar queimaduras dos que conseguem sair vivos de campos minados.
Ainda assisto a reportagens mostrando brasileiros que vivem sem água potável, sem higiene pessoal, sem saneamento básico. E quanto aos que vivem nos Sertões mais severos? E quanto aos animais mortos nas estradas, pela falta do que matar a sua sede?
Há aqueles que sofrem com insuficiência renal, desejam beber os dois ou três litros por dia recomendados pelos médicos, mas são impossibilitados devido à hemodiálise.
Contudo, tenho água em casa. Até antes de escrever este texto, já lavei meu rosto e minhas mãos algumas vezes. Nem sei se era tão necessário assim.
Tenho água. As frutas que o digam. Está nas folhas e nos vegetais que me alimentam. Minhas mãos estão limpas. Tomo banho e sou envolvo completamente como se estivesse no útero da minha mãe. As minhas impurezas físicas e energéticas são levadas.
Que isso nunca me falte. Que eu te valorize sempre.
Minha gratidão hoje é para ti, água.