segunda-feira, 1 de junho de 2020

Sete dias encontrando motivos para agradecer (Dia 02 - 01 de junho de 2020)


Hoje, é o segundo dia de reflexão a respeito de coisas simples sobre as quais devo ser grato. Estou ficando mais sensível, ao olhar para todos os lados à procura desses elementos para “apertar as mãos” deles dando um sorriso por me fazerem mais funcional.
A água está por todos os lados. Está em tudo. Faz parte de cada passo que dou durante o dia, para poder me manter vivo. Desde o primeiro copo que bebo, ao me levantar, até a descarga no vaso sanitário, para dizer adeus ao que não me serve mais.
Ao tomar o meu banho matinal, enquanto passava produtos importados da Dinamarca nas axilas (brincadeiras à parte, era apenas um sabonete comum), senti alegria por ter água abundante. Me lembrei de quantas vezes fiquei chateado, pelo fato de o reservatório do prédio estar em manutenção por algumas horas.
Não imagino a sensação de, em tempos atrás, viver em um lugar quente, usar roupas quentes e pesadas e assear as partes mais íntimas e mais cobiçadas apenas com um paninho molhado. Ou usar uma espécie de balde para fazer necessidades fisiológicas e ter de chamar um “tigre” (assim eram conhecidos os escravos que carregavam latrinas dos seus senhores, pois ficavam sujos com os dejetos) para despejar tudo nas ruas.
A água deve ter feito muita falta na época das guerras, tanto para os soldados em campos de batalha, quanto para os médicos e enfermeiras, ao cuidar de suas feridas e amputações.
Quanta falta deve fazer para tratar queimaduras dos que conseguem sair vivos de campos minados.
Ainda assisto a reportagens mostrando brasileiros que vivem sem água potável, sem higiene pessoal, sem saneamento básico. E quanto aos que vivem nos Sertões mais severos? E quanto aos animais mortos nas estradas, pela falta do que matar a sua sede?
Há aqueles que sofrem com insuficiência renal, desejam beber os dois ou três litros por dia recomendados pelos médicos, mas são impossibilitados devido à hemodiálise.
Contudo, tenho água em casa. Até antes de escrever este texto, já lavei meu rosto e minhas mãos algumas vezes. Nem sei se era tão necessário assim.
Tenho água. As frutas que o digam. Está nas folhas e nos vegetais que me alimentam. Minhas mãos estão limpas. Tomo banho e sou envolvo completamente como se estivesse no útero da minha mãe. As minhas impurezas físicas e energéticas são levadas.
Que isso nunca me falte. Que eu te valorize sempre.
Minha gratidão hoje é para ti, água. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário